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Para quebrar recorde de medalhas, atletismo brasileiro chega ao Pan mais eclético

Redação Folha Vitória

São Paulo - Primeira brasileira a competir no Estádio da Universidade de York, Jucilene Sales de Lima é uma das favoritas a subir ao pódio nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. Dentre as 10 inscritas, é a que tem a terceira melhor marca no ano no lançamento do dardo. Será a responsável por apresentar ao continente o novo momento do atletismo brasileiro, cada vez mais eclético. A vésperas de receber uma Olimpíada, o Brasil briga por pódio numa variedade maior de provas.

Nas disputas de campo (lançamentos e arremessos), o País ganhou apenas uma medalha em Guadalajara (2011), duas no Rio (2007). Em Toronto, pode igualar essa marca em questão de horas, apesar de Canadá e EUA terem enviado ao Pan delegações mais fortes do que o usual. Na prova de Jucilene estão a terceira e a sétima melhores do mundo - a americana Kara Winger e a canadense Elizabeth Gleadle.

O mesmo vale para o arremesso de peso masculino. Darlan Romani bateu o recorde brasileiro este ano e compete nesta terça-feira como forte candidato à medalha. Os EUA não enviaram seus melhores atletas, mas serão representados pelo 13.º e pelo 15.º melhores do ranking da temporada - o brasileiro está no meio deles.

A meta é bater o recorde histórico de medalhas em Jogos Pan-Americanos: 23, resultado obtido tanto em Guadalajara quanto no Rio. A conta já começa em três, porque o País foi ao pódio nas três provas de corrida de rua realizadas no fim de semana: prata na maratona (com Adriana Aparecida) e na marcha 20km femininas (Erica de Sena) e bronze na marcha 20km masculina (Caio Sena Bonfim). Erica foi a primeira brasileira a 'medalhar' na história da marcha. Caio quebrou um jejum de 24 anos.

A evolução apresentada nos últimos quatro ou oito anos, entretanto, não necessariamente terá reflexo no quadro de medalhas. Competindo em casa, o Canadá está com a delegação mais forte que já levou a um Pan e deve multiplicar em progressão geométrica as quatro medalhas que ganhou em Guadalajara.

No salto com vara masculino, outra prova que será realizada nesta terça-feira, Shawnacy Barber é o quarto melhor do mundo e deve disputar o ouro com o brasileiro Thiago Braz, o terceiro. Ambos já passaram 5,90m este ano e são exemplo de quão forte está o nível do atletismo do Pan. No Rio, o campeão saltou 5,40m.

Também é verdade, entretanto, que EUA e Jamaica seguem encarando o Pan de uma forma completamente diferente do restante do continente. O exemplo vem do salto triplo. Pedro Pablo Pichardo e Christian Taylor são os dois grandes rivais da temporada do atletismo, com quatro das seis melhores marcas de todos os tempos no salto triplo. O cubano vai a Toronto. O norte-americano, não.

Na prova mais nobre do atletismo, entretanto, o nível promete ser baixo. Dos 19 atletas do continente que correram abaixo de 10s00 no ano, só dois estarão no Pan: o canadense Andre de Grasse (9s95) e o americano Beejay Lee (9s99). De qualquer forma, nunca ninguém quebrou o barreira dos 10s no Pan. A primeira vez pode ser nesta terça-feira.

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