Retomada da produção de tilápia em cativeiro no Castanhão é inviável, apontam piscicultores
21 de abril de 2021 às 07:44
Piscicultores que atuam no açude Castanhão apontam a impossibilidade da retomada da produção de tilápia em cativeiro na bacia do maior reservatório do Ceará. Segundo os produtores, o baixo volume do reservatório, a suspensão da transposição das águas do rio São Francisco, chuvas reduzidas e liberação do recurso hídrico para o Eixão das Águas impediram o desenvolvimento do trabalho deles.
“A nossa esperança já se acabou, foi curta, não durou nem um mês para a ampliação das gaiolas com tilápia no Castanhão. E só podemos esperar por Deus e aguardar o ano que vem”. A frase em tom de lamento é do piscicultor Laudo Clementino, que ainda resiste e mantém um pequeno criatório em tanques-rede no local.
O desânimo não é só dele. “Todos nós [trabalhadores e produtores] estávamos muito animados, achando que iria dar certo neste ano e voltar a criar mais peixe, mas agora veio, como se diz, um banho de água fria e acabou com a nossa esperança”, disse Carlos Antônio Silva.
Em parceria com Laudo Clementino, Carlos Silva já chegou a ter 25 gaiolas, mas agora a dupla só mantém 15. A produção que era de três mil quilos por mês de pescado, caiu para 800 kg.
"É ARRISCADO CONTINUAR"
Draulino Evangelista desde 2005 começou a criar tilápia em cativeiro na localidade de Jaburu, no Castanhão. Em 33 gaiolas, chegou a produzir oito mil quilos em média, mensalmente. “Para a Semana Santa passada produzi três mil quilos, mas parei porque é arriscado continuar com o Castanhão continuando com pouca água”, contou. “Cheguei a ter três trabalhadores, mas todos foram dispensados”.
Sentimentos de tristeza e de incertezas marcam os piscicultores e trabalhadores.
IMPOSSIBILIDADE DE RETOMAR A PRODUÇÃO DE TILÁPIA
A secretaria de Desenvolvimento Econômico e Aquicultura de Jaguaribara apontou que, neste ano, com o cenário atual não há mais como retomar e ampliar a produção de tilápia no gigante Castanhão porque o volume permanece reduzido.
Para a titular da pasta municipal, Lívia Barreto, a suspensão da transposição do rio São Francisco para o Ceará por 45 dias piorou ainda mais o cenário.