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PSTU: "O Agro envenena e mata!"

25 de junho de 2018 às 15:15 - Atualizado em 25/06/2018 15:16

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Uma importante pesquisa realizada no município de Limoeiro do Norte, na Chapada do Apodi, interior do Ceará revela a ligação entre o uso de agrotóxicos com a puberdade precoce em bebês. O estudo aponta que os pais das crianças com puberdade precoce ou má formação congênita são trabalhadores rurais que têm contato direto com agrotóxicos.

Nessa região, o agrotóxico é utilizado de maneira intensiva nas plantações de frutas voltadas para exportação. A pulverização, tanto terrestre como aérea, é usada em ampla escala, contaminando o solo, a água e o ar. Desta forma, ninguém escapa dos malefícios da contaminação: trabalhadores rurais no contato direto e os demais moradores através da ingestão de alimentos e água. Registros científicos também revelam aumento do número de cânceres e doenças crônicas.

Acreditamos que para defender o meio ambiente, a vida dos camponeses e acabar com a farra do agronegócio é necessário lutar pela estatização, sem indenização e sob controle dos trabalhadores, das empresas que provocam esse tipo de barbárie. E também proibir o uso de agrotóxicos. É fundamental que os trabalhadores rurais possam ter condições de produzir de maneira ambiental e humanamente correta.

Justiça para Zé Maria do Tomé!

As comunidades rurais são reféns da ganância de um punhado de empresas e da conivência dos sucessivos governos. A condição dos trabalhadores rurais é muito ruim, a alta exposição aos agrotóxicos associado às longas jornadas de trabalho e falta de equipamentos apropriados os tornam vítimas fáceis de intoxicação, adoecimento e morte.

Em abril de 2010, um importante líder local foi assassinado por denunciar o uso indiscriminado de agrotóxicos. À época, o ambientalista liderava uma importante luta contra a pulverização aérea. Zé Maria do Tomé foi executado com 17 tiros a mando do agronegócio e o crime permanece impune.

Dados divulgados pela Comissão Pastoral da Terra indicam o Brasil como o país mais violento para as populações camponesas no mundo. Isso precisa ter um basta, é necessário punir os assassinos e mandantes dos crimes contra trabalhadores rurais.

Não ao PL do veneno!

E o que já é muito ruim pode ficar ainda pior, pois tramita na Câmara Federal o Projeto de Lei 6.299 que facilita o uso de agrotóxicos. O PL foi apresentado em 2002 por Blairo Maggi (PP), um dos maiores representantes do agronegócio no país, que atualmente é ministro da Agricultura de Temer. Sofreu forte resistência dos camponeses e da comunidade científica e precisa ser rejeitado. Um novo texto com alterações foi apresentado pelo relator Luiz Nishimori (PR) preservando seu conteúdo nocivo.

*Com colaboração do companheiro Reginaldo Ferreira, de Limoeiro do Norte (CE).