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Motoristas de Uber já faturam em média R$ 6,8 mil por mês em Fortaleza

O Tribuna do Ceará apurou que são grandes as vantagens de ser motorista do Uber. Descontando gastos com a plataforma e com combustível, ganhos são de pelo menos R$ 5 mil por mês

24 de junho de 2016 às 16:30

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Os motoristas de Uber, aplicativo que oferece serviço de transporte a preços acessíveis, faturam em média R$ 6,8 mil por mês em Fortaleza. A plataforma digital não emprega pessoas formalmente, mas exige qualidade e, em troca, remunera bem. Os ganhos atraem condutores e até profissionais de outras áreas, como funcionários públicos, corretores de imóveis e jornalistas.

O Tribuna do Ceará conversou com motoristas que utilizam a ferramenta, que chegou à capital cearense no dia 29 de abril desse ano. Os rendimentos líquidos dos condutores, por semana, variam de R$ 905 a R$ 1.720, já descontada a porcentagem de 25% da receita total de renda com as viagens que fica com o Uber. Detalhe: alguns deles trabalham apenas quatro dias.

Em um levantamento feito pelo Tribuna do Ceará, a renda média por semana dos sete motoristas pesquisados é de R$ 1.705, o que equivale a R$ 6.820 por mês. Retirando a taxa do Uber, o ganho mensal fica em R$ 5.115. Os meses pesquisados foram maio e junho.

Aos 25 anos, o instrutor de auto-escola, que pediu para não ser identificado, encontrou na plataforma uma alternativa para driblar a crise. Desempregado, resolveu se cadastrar no aplicativo cerca de cinco dias após a chegada do Uber a Fortaleza. Pelo horário flexível e a grande demanda do serviço na cidade, ele afirma não se arrepender da decisão.

“Não ter horário fixo é um dos principais pontos. Antes, no contracheque que recebia da auto-escola, eu ganhava de R$ 1.400 a R$ 1.600, já incluindo toda a hora extra e as duas horas de almoço. Eu trabalhava de segunda a sexta, das 7h40 às 19h40, e aos sábados das 7h40 às 11h40”.

Com o cadastro no Uber, o salário mensal pulou para R$ 6.268,84, trabalhando de quatro a seis dias por semana. Com a retirada da taxa de 25% que fica com a empresa, o instrutor recebeu, apenas no mês de maio, R$ 4.701,63. Como todos os pagamentos das corridas são feitos pelo aplicativo, o motorista recebe o dinheiro da empresa uma vez por semana.

“Tem dias que faço 15 viagens e já fecho a minha meta diária e pessoal de R$ 200 a R$ 220. Outros dias, preciso fazer 20 viagens para garantir esse valor. Vale a pena demais ser motorista do Uber”. Nos dias em que trabalha, apesar da flexibilidade de horários, o instrutor opta por atuar no expediente das 8h às 18h. Segundo disse, a demanda é tão grande, que não dá para ficar muito tempo ocioso. “Eu deixo uma pessoa em um determinado local e já aceito outra viagem no aplicativo, é muito rápido”.

Gastos com combustível, água e bombom

E os gastos com combustível nem chegam aos pés do faturamento dos motoristas. Em Fortaleza, eles desembolsam de R$ 250 a R$ 350 por semana, em casos de veículos a álcool ou gasolina, o que representa de R$ 1.000 a R$ 1.400 por mês. “Muitos carros Uber usam o gás natural como combustível e já diminui bastante esse gasto”.

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Em relação à água e aos bombons oferecidos durante as viagens, o condutor afirma que muitos passageiros não aceitam. Então, precisa adquirir pouca quantidade. “Eu compro uma caixa com 48 unidades de copinhos de água por R$ 18. Mês passado, comprei duas caixas e ainda tenho água aqui. Ou seja, não necessariamente você gasta uma caixa de água por mês. Sobre os caramelos que ofereço, compro um pacote de R$ 5, que dura uns 20 dias”, estima.

Avaliação

Após uma viagem no Uber, tanto motorista quanto passageiro devem avaliar o serviço. Finalizada a corrida, o cliente pode dar até cinco estrelas ao condutor. As notas são essenciais para evitar possíveis suspensões do condutor e ainda possibilitar a participação em incentivos semanais ofertados pela empresa. “Boas avaliações servem para que fiquemos ativos, evitando suspensões. Avaliação menor de 4,7 por semana vira suspensão”.

Já os incentivos semanais, de acordo com o instrutor, referem-se aos valores pagos por hora. “Por exemplo, se em uma hora, das 8h às 9h, eu fizer duas viagens, e o total delas for apenas R$ 15, a empresa vai lá e completa o valor, que pode ser de R$ 25 a R$ 40, a depender do incentivo da semana”. Os estímulos são dados para que os condutores fiquem mais horas online.

Em Fortaleza, de acordo com o motorista, funcionários públicos, corretores de imóveis, jornalistas, policiais, estudantes universitários e até taxistas optaram por trabalhar no Uber para garantir uma renda extra. A assessoria de imprensa do aplicativo, porém, não informa quantos motoristas possui em Fortaleza. “Alguns taxistas antigos abandonaram o táxi e passaram para o Uber. A grande maioria é homem, mas também há mulheres atuando. Temos um grupo no Whatsapp com 180 pessoas. Delas, cinco são mulheres”.

O que é preciso para ser um motorista do Uber?

O Uber é uma empresa de tecnologia e não emprega, de fato, motoristas, oferecendo somente uma plataforma que indica corridas aos interessados. Frente às dificuldades para conseguir até mesmo um emprego com má remuneração, ser motorista do Uber parece a oitava maravilha do mundo. Mas é preciso preencher uma série de pré-requisitos para conseguir a vaga.

– É preciso fazer o cadastro no site da empresa;

– Após o registro, é hora de cadastrar o veículo próprio. O Uber faz exigências para cada categoria de serviços. No Uber X, a básica, o carro precisa ter quatro portas, ar-condicionado e modelo 2008 ou mais recente. Já o Uber BLACK, serviço mais premium do app, exige carros sedan modelo 2010 ou mais recente, com quatro portas, ar-condicionado e bancos de couro.

– É preciso fazer o upload de documentos como Certidão de Registro e Licenciamento do veículo, além do bilhete de DPVAT e uma cópia da CNH com atividade remunerada liberada.

– O aspirante a motorista Uber também precisa ter um seguro com cobertura a partir de R$ 50 mil por passageiro.

– O Uber exige dos seus futuros motoristas certidão e atestado de antecedentes criminais.

– Além disso, é preciso ter um smartphone Android ou iPhone.

“Não tem muita burocracia. É preciso ter o nome sem restrição judicial, ter carro em boas condições de uso, a partir de 2008. Algumas vezes, eles fazem vistoria no veículo. Como o meu é 2015, não precisa de vistoria. Sobre o seguro pessoal dos passageiros, com cobertura em casos de acidentes, eu pago apenas R$ 50 por ano”, cita.

Mesmo diante dos casos de perseguições e denúncias realizadas contra carros Uber, os motoristas garantem que vale a pena se cadastrar no aplicativo.

 

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