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Médico Álvaro Rocha recebe o diploma de mérito Ético-Profissional

15 de novembro de 2015 às 17:07

O médico jaguaruanense Dr. Álvaro de Oliveira Rocha, ilustre profissional que trilhou sua carreira por Limoeiro do Norte, foi um dos médicos homenageados com o Diploma de Mérito Ético-Profissional.

A outorga foi concedida pelo Conselho Regional de Medicina do Ceará, de acordo com a Resolução CREMEC nº 20/99, que institui o Diploma de Mérito Ético-Profissional, onde homenageia os médicos que completaram 50 anos ininterruptos de atividade sem sanção ético-profissional e com relevante e exemplar conduta médica.

O evento ocorreu no auditório do Seara Praia Hotel, na Av. Beira Mar, em Fortaleza, no dia 15 de outubro e contou com a presença de 37 médicos, os quais foram agraciados com o diploma.

Conheça um pouco mais sobre a trajetória de Dr. Álvaro

Dr. Álvaro Rocha nasceu em 1937 em um lugar chamado Latada, atualmente conhecido por Rancho do Povo, no município de Jaguaruana.

Formou-se pela Universidade Federal do Ceará (UFC), em medicina, no ano de 1965, frequentou a Santa Casa de Misericórdia, durante quatro anos, antes do término do curso, no departamento de cirurgia de mulheres.

Após formado recebeu um convite de Dom Aureliano Matos, Bispo da Diocese de Limoeiro do Norte a convite do médico Dr. Argemiro Lopes.

Em sua biografia, Dr. Álvaro conta sobre o convite de Dom Aureliano, que pediu-lhe para assumir a maternidade de Limoeiro do Norte, que se encontrava em péssimo estado de funcionamento.

“Ao pegar um ônibus para Limoeiro em um dia de domingo, um senhor me perguntou se eu seria o médico que viria para Limoeiro, eu lhe disse que sim, e ele disse-me: nós o esperamos de copo na mão”

Caso inesquecível

Seu primeiro caso foi uma paciente que perguntou-lhe se ele poderia operá-la de prolapso de bexiga e rotura perineal. Concordou que sim e iniciaram a cirurgia por volta das 18hs.

Aproximadamente cinco minutos antes do término da cirurgia o sangue estava negro denunciando que havia parada respiratória e doutor Álvaro começou a fazer respiração manual e boca a boca. Poucos minutos depois uma parada cardíaca onde o médico retrucou com uma grande cotovelada no peito esquerdo.

“O anestesista disse: doutor deixa essa mulher morrer em paz. O que repetia o auxiliar, a enfermeira chefe e o resto da equipe médica. A família foi comprar o caixão e deixou na portaria aguardando o momento final.

Todos saíram do centro cirúrgico e me deixaram sozinho com a paciente a fazer novas tentativas de respiração artificial e respiração boca a boca, e, de repente a paciente passou a mão na minha orelha e disse: Tá doido cara? Respirei aliviado e graças a Deus tudo deu certo”

Os grandes pistoleiros de São João do Jaguaribe foram também operados por Dr. Álvaro. Quando chegavam ao hospital a família falava que o caso era grave. Se o paciente falecesse ia morrer gente.

Triste fato

A morte de Dom Aureliano Matos foi um marco na história de Limoeiro do Norte e na vida de Dr. Álvaro.

“Pela manhã fui chamado às pressas ao Palácio Episcopal pois o bispo estava passando mal, chegando lá encontrei o caso dramático, ele estava totalmente suado. Chamei a família e disse: Dom Aureliano teve um violento enfarte do miocárdio. Se faz necessário a presença de um cardiologista para fazer um eletrocardiograma.

Indiquei um colega de Fortaleza que veio e realizou o referido exame, onde constatou o enfarto. Falei para a família que era necessário a remoção para o hospital de Fortaleza onde as UTI’s e desfibrilador eram indispensáveis para o caso.

Dom Aureliano já reidratado e compensado falou que não iria para Fortaleza e ia se recuperar em Limoeiro.

Por volta de vinte dias o enfarte estava praticamente cicatrizado. Uma doença pulmonar que já o tinha a tempos comprometido, veio a recidivar e o paciente piorou progressivamente vindo à óbito.

Funeral de Dom Aureliano Matos em Limoeiro do Norte

Era uma tarde quando o Sol escureceu e choveu muito em pleno verão. Eu falei: assim morrem os justos.”

Assim se passaram cinquenta anos de convivência em Limoeiro do Norte, cidade que acolheu tão bem este grande médico.

Doutor Álvaro também recebeu o Título de Cidadão Limoeirense, em homenagem aos grandes serviços prestados nesta cidade.