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Governo propõe reuso e dessalinização de água para setor industrial

15 de outubro de 2015 às 09:27

Visão aérea de grande reservatório de água e estrutura  metálica em meio a vegetação

Devido à estiagem, alternativa quase triplicaria o preço da água para as empresas, mas daria garantia, já que os recursos vindos de açudes são escassos e sofrem constantes diminuições de vazão.

Quatro anos de estiagem, e a falta d’água, que historicamente atinge primeiro a zona rural, já se agrava e afeta a zona urbana. Com o Ceará caminhando para o quinto ano sem chuvas, alternativas de captação de água além dos açudes são imperativas. Duas delas, aponta o titular da Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH), Francisco Teixeira, são focadas especialmente no setor industrial: reuso e dessalinização da água. O recurso, apesar de ser promissor, tem entraves econômicos para ser implementado.

Atualmente, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), através de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), estuda a possibilidade de tratar a água residual da Estação de Pré-Condicionamento de Esgoto (EPC) para ser utilizada especialmente em indústrias do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp). Dependendo da aceitação das empresas, explica Josineto Araújo, diretor de Operações da companhia, é possível que, no meio do próximo ano, já haja “algum embrião” do projeto funcionando. Paralelamente, segundo Francisco Teixeira, empresas do Cipp também estudam dessalinizar a água do mar por conta própria.

Para o secretário, as ações são estruturalmente necessárias, mas demandam a parceria com uma empresa privada que tenha o expertise para executá-las. “E que os empresários estejam dispostos a pagar a água ofertada”. Hoje, o setor industrial compra um metro cúbico de água bruta da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) por R$ 1,60. O preço da água tratada pularia para até R$ 5 por metro cúbico. Apesar de ser um entrave, comenta, as empresas “compreendem que a água mais cara é a que não tem”, afirma Teixeira. O aumento se dá porque, além de custear a manutenção, as empresas teriam de arcar com o investimento do sistema.

A SPE foi firmada no ano passado, de acordo com Josineto, para prospectar negócios no Pecém. O reuso da água foi uma demanda passada no início de 2015. Desde junho, o projeto de reaproveitamento do esgoto - que “foi pensado sempre” - é elaborado. Na visão do diretor, uma das características que atrapalham o andamento da iniciativa é o fato de que cada indústria do Cipp tem uma necessidade particular.

“Mais cedo ou mais tarde, vamos ter que amadurecer isso e implementar essas ações, especialmente com a iniciativa privada”, assegura o titular da SRH. Isso porque, explica, para executar o projeto, os investidores precisam de garantias de que os usuários irão comprar o produto. Na última terça, 13, o secretário ressaltou a importância dos projetos na reunião da Diretoria Plena da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e garantiu que o Governo estaria disposto a buscar um modelo para otimizá-lo. Subsídios para as empresas seriam uma alternativa.

O Povo Online


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