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Comboio da Força Nacional de Segurança está em direção ao Ceará

Expectativa é que mais de 20 viaturas cheguem até esta quarta. Governador solicitou apoio federal para controlar crise nos presídios.

24 de maio de 2016 às 14:23

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Após pedido de apoio solicitado pelo governador do Ceará, Camilo Santana, a expectativa é que a Força Nacional de Segurança chegue a Fortaleza nesta quarta-feira, segundo informou o Ministério da Justiça. Três dias após o início das rebeliões no Ceará, no último sábado (21), a situação ainda é de instabilidade nesta terça-feira (24).

Um comboio com mais de 20 viaturas já saiu da base de treinamentos da Força, no Gama (DF), com destino à capital cearense. O grupo chega por terra porque, de acordo com o Ministério da Justiça, os militares trabalham com apoio das viaturas.

Não foram informados, porém, quantos homens estão sendo deslocados ou como será o trabalho dos militares. O Governo do Estado comunicou que, por orientação do Ministério da Justiça, não serão divulgados detalhes por questões de segurança.

A Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus) reforçou que os militares vão dar um reforço no estado, e que, portanto, não se trata de uma operação. A pasta comunicou ainda que a Polícia Militar já está entrando nos presídios "sempre que necessário", e que não é aguardada a chegada da Força Nacional para controlar a situação nas unidades.

Em reunião do governo com representantes da Justiça, foi traçado um plano de estabilização do sistema prisional. Segundo a Casa Civil, o plano está em fase de conclusão. Uma das medidas anunciadas é que os processos de liberdade provisória devem ser agilizados.

Pelo menos 14 presos mortos


De acordo com o último balanço emitido pela Sejus, emitido na tarde desta segunda-feira (23), 14 presos morreram em episódios de rebeliões ocorridos em presídios da Região Metropolitana de Fortaleza, entre o sábado (21) e o domingo (22). Conforme o órgão, os assassinatos ocorreram em decorrência de conflitos entre os detentos.

Já o juiz corregedor dos presídios do Ceará, Cesar Belmino, informou que o número de mortos nas rebeliões do Ceará pode chegar a 26. "É uma estimativa", afirmou o juiz durante visita às unidades do Centro de Privação Provisória de Liberdade (CPPL), em Itaitinga.

Dentre os mortos estão Luan Brito da Silva, 21 anos, que respondia por latrocínio; Paulo César de Oliveira, 46 anos, respondia por tráfico; Francisco Clenildo Felipe Costa, 40 anos, respondia por furto; Daniel Henrique Maciel dos Santos, 26 anos, respondia por homicídio e roubo; Diego Martins da Silva, 31 anos, respondia por roubo; Roberto Bruno Agostinho da Silva, 23 anos, respondia por homicídio; Rian Pereira Paz, 33 anos, respondia por tráfico de drogas; e Daniel de Sousa Oliveira, 22 anos, respondia por homicídio e roubo.

Outros seis internos ainda não foram identificados. Os corpos foram recolhidos pela Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) para a realização de exames cadavéricos que deverão comprovar a identificação das vítimas. Dentre os mortos estão pelo menos cinco homens que foram encontrados carbonizados.

Na Unidade Prisional Desembargador Francisco Adalberto Barros de Oliveira Leal, em Itaitinga, foram registradas as mortes de Roberto Bruno Agostinho da Silva, Rian Pereira Paz e Daniel de Sousa Oliveira. Os locais onde as demais corpos foram encontrados não foram divulgados.

Caos no sistema prisional


Desde sábado (21), detentos estão rebelados. No fim de semana, presos invadiram alas e mataram outros detentos, além de quebrar celas, armários, grades, cadeiras e queimar colchões após a suspensão das visitas, segundo órgãos de segurança.

Agentes penitenciários do estado entraram em greve no sábado, voltaram no fim do dia após negociação com o governo do estado, mas os detentos já estavam fora de controle. Familiares bloquearam a BR-116 por diversas vezes no domingo (22).

Em nota, a Sejus informou que toma "todas as medidas necessárias para estabilizar a situação nos presídios". No domingo, o governador Camilo Santana solicitou o apoio da Força Nacional de Segurança para de garantir a estabilidade nos presídios, especialmente durante a recuperação das instalações, que foram destruídas por conta das rebeliões.

Com informações de G1