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Ceará tem área sem seca pela primeira vez em 11 meses

17 de maio de 2017 às 09:59

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Pela primeira vez desde maio do ano passado, parte do território cearense não apresenta ocorrência de seca. A melhoria alcançou o litoral oeste do Estado, conforme relatório do Monitor de Secas do Nordeste referente a abril. Conforme a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), o primeiro trimestre da quadra chuvosa deste ano — que abrange os meses de fevereiro, março e abril — acumulou, em média, 475,6 milímetros de água.

Raul Fritz, meteorologista da Funceme, detalhou que a Zona de Convergência Intertropical (ZCI) foi o que facilitou maior regularidade de chuvas do centro ao litoral do Estado. Contudo, segundo ele, embora as precipitações da quadra chuvosa — que se encerra este mês — tenham contribuído para minimizar os impactos da seca no litoral, elas não foram suficientes para recarregar os reservatórios e tirar o Estado da situação de alerta.

Segundo Fritz, do centro ao sul do Ceará, onde estão localizadas bacias estratégicas como a do Salgado, do Jaguaribe, do Banabuiú e dos Sertões de Crateús, as chuvas não foram significativas, fazendo somente com que a região saísse da situação de seca excepcional (escassez de água nos reservatórios, perdas de cultura) e migrasse para a de seca grave (escassez de água comum, restrições impostas). “Não houve ‘veranicos’, períodos com vários dias sem chuva, então tem regiões mais para o sul do estado, por exemplo, que tiveram chuvas, mas menos regulares”, explicou o meteorologista.

Evolução da severidade

“A situação melhorou bastante em relação ao ano anterior”, comparou a superintendente adjunta de Operação e Eventos Críticos da Agência Nacional das Águas (ANA), Ana Paula Fioreze, que trabalha na coordenação do Monitor. No mapa que mostra a situação do Ceará há 11 meses — penúltimo registro de território sem ocorrência de seca —, o litoral cearense estava quase todo caracterizado como região de seca fraca; do centro ao norte, constavam secas grave e moderada e, do centro ao sul, secas grave e extrema.

O momento mais crítico, contudo, foi em janeiro deste ano, antes do início da quadra chuvosa, quando toda a região centro-sul apresentava seca excepcional. Já do centro ao litoral, neste período, predominavam secas grave e extrema. O panorama melhorou aos poucos ao longo da quadra chuvosa.

Nordeste

Assim como no Ceará, parte do Piauí também teve melhoria e o Maranhão, hoje, está quase completamente fora do colapso hídrico. A estiagem se agravou, entretanto, principalmente na região centro-sul do Nordeste brasileiro. “A bacia do (rio) São Francisco teve o pior período chuvoso e tudo está se desenhando para ser o pior período de seca, também”, contextualizou Ana Paula Fioreze.

O Povo