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Ceará pode entrar em 2016 no maior ciclo de seca desde 1910, diz Funceme

Funceme divulgou balanço nesta quarta-feira (1º). Chuvas foram 30% menores na quadra chuvosa de 2015.

01 de julho de 2015 às 18:06

Homem com enxada no ombro em pé em terreno seco

No Ceará, o ciclo da seca já encaminha para o quinto ano consecutivo. (Foto: Gioras Xerez/G1 Ceará)

O Ceará registrou volume de chuvas -30,1% menor na quadra chuvosa de 2015, de fevereiro a maio, em relação à média histórica dos anos 1980 a 2009, segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos do Ceará (Funceme).

A avaliação foi divulgada na manhã desta quarta-feira (1º), na sede da entidade, no Bairro Aldeota, em Fortaleza. Segundo a Funceme, se houver seca forte em 2016, o estado entrará no maior ciclo de seca desde 1910, de cinco anos. Outro ciclo de cinco anos de seca registrado pela Funceme ocorreu no período entre 1979 e 1983.

A Funceme disse também que se a quadra chuvosa for abaixo da média até o dia 31 de dezembro de 2015, o Ceará apresentará no pior ciclo de seca, no período de quatro anos, desde os anos de 1951 e 1954.

De acordo com o presidente da Funceme, Eduardo Sávio Martins, a situação é grave e preocupante. "Infelizmente nosso prognóstico se confirmou. Nossa preocupação é esse número se repetir no próximo ano, caso 2016. Aí estaremos entrando no quinto ano de seca e pelos dados pesquisados é o mais preocupante desde 1910", disse.

Ainda segundo Eduardo Sávio os impactos da seca nos últimos quatro anos afeta diretamente os reservatórios espalhados pelo estado. "Sem chuvas, os reservatórios estão praticamente todos secos. Em 2012, por exemplo, a capacidade deles era de 63,8%. Neste ano caiu para incríveis 18,8%. Situação grave e o Governo do Estado já trabalha para tentar amenizar a situação", afirmou.

Maio mês mais crítico

Maio foi o mês mais crítico da quadra chuvosa, com 56,6% de queda na precipitação, seguido de abril, com - 40,4%, e fevereiro, com - 23,9%. Em março, a precipitação se aproximou da média histórica, mas ainda abaixo (13,1%).

A Funceme ressalta que, segundo os estudos, março e abril são geralmente os meses mais chuvosos, com médias históricas de 206,2 e 184,3 milímetros respectivamente, enquandoto em maio, a média mensal para o estado é apenas 89,9 milímetros e, em fevereiro, alcança 127,1 milímetros.

Em 2015, a Região Jaguaribana foi a macroregião mais afetada, com desvio percentual de -42,0%, seguida, proximadamente, do Sertão Central e Inhamuns, com -37,5% e Região da Ibiapaba com -32.7%. As macroregiões do Cariri e do Maciço de Baturité apresentaram desvios percentuias de -14,8% e -11,9%, respectivamente.

O menor desvio envolveu a macrorregião do Litoral de Fortaleza com -9,2%, também próximo da média,mas , ainda abaixo dela. A precipitação observada, durante a quadra chuvosa de 2015 em todas as macroregiões do Ceará ficaram, portanto, abaixo de suas médias históricas.

O município de Jaguaretama, na macrorregiãoJaguaribara, foi o que apresentou o menor total acumulado deprecipitação entre fevereiro e março, com apenas, 180,2 mm, o que equivale a -69,4% em relação à normal climatológica do município para o período.

Comparação com anos anteriores

Com chuvas abaixo da média histórica de -30,1%, durante os meses de fevereiro a maio, o Ceará, em 2015, mostrou um quadro pior do que o ano de 2014, que apresentou chuvas abaixo da média histórica de -24,2%. Nos últimos 10 anos, os períodos de fevereiro a maio favorecidos correspondem a 2010 (-50,2%); 2012 (-50,2%); 2013 (-40,0%); 2014 (-24,2%) e 2015 (-30,1%).

Chuvas pós-estação chuvosa

De acordo com a Funceme, embora a estação chuvosa no Ceará tenha se encerrado em maio, tem sido registrada a ocorrênciade algumas precipitações, principalmente no centro-oeste do Estado. Estes eventos, segundo a Funceme, têm sido ocasionados por sistemas conhecidos como Ondas de Leste, que são características do período da pós-estação chuvosa.

Todavia, convém, de acordo coma Funceme, observar que apesar dessas precipitações serem muito bem-vindas, as normais climatológicas do período, quando comparadas com os dos meses de estação chuvosa são bem mais baixas e alcançam apenas 37,5 mm, 15,4 mm e 4,9 mm, em junho, julho e agosto, respectivamente.

Visão aérea de uma cidade nublada

Chuvas pós-estação chuvosa ainda é bem abaixo do esperado, segundo a Funceme (Foto: Gioras Xerez/G1 CE)

Fonte: G1 CE


G1 CE