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Castanhão: maior açude do Ceará pode atingir volume morto em 110 dias, diz especialista

22 de novembro de 2016 às 11:14 - Atualizado em 22/11/2016 10:15

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A seca é cada vez mais grave no Ceará. A situação é perceptível no nível dos reservatórios e nas consequências que a baixa dos volumes já começa a gerar. No açude Castanhão, que abastece Fortaleza, Região Metropolitana e o Terminal Portuário do Pecém, o nível está reduzindo drasticamente.

E um novo dado acende o alerta; faltam cerca de 30% para o açude chegar no volume morto. Tecnicamente, é a reserva mais profunda das represas. Essa reserva fica abaixo dos canos de captação que normalmente são usados para retirar água da barragem para o uso.

O reservatório tem capacidade pra 6.700 bilhões metros cúbicos e hoje conta apenas com 5,3% da capacidade, ou seja, 360 milhões de metros cúbicos. O recuo da água impressiona quem passa pelo local. Entre a evaporação e a liberação da água para o leito do rio para Fortaleza e o Terminal Portuário, o Castanhão perde cerca de 1 milhão de metros cúbicos de água todos os dias. E faltam apenas 110 milhões de metros cúbicos para o maior açude do Ceará chegar ao seu volume morto.

De acordo com Fernando Pimentel, coordenador interino do Complexo Castanhão, em 110 dias, o Castanhão vai alcançar seu ponto crítico e com o detalhe de que quando chegar a esse ponto, a água não desce mais por gravidade.

A Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme) ainda não confirmou dados que indiquem uma quadra chuvosa regular no Estado m 2017. Isso aumenta a preocupação de quem depende do açude Castanhão, como é o caso de Hernesto, presidente de Cooperativa dos Piscicultores e acompanha diariamente a morte das tilápias que são criadas nas gaiolas. "Tivemos muitos peixes mortos. Foi uma perda muito grande este ano", lamentou.

Como o nível da água do açude continua caindo rapidamente, a criação de tilápias no Castanhão está seriamente ameaçada. Do coroamento da barragem é possível ver o drama do açude. Com a seca que se estende por 5 anos consecutivos, a água recuou tanto que foram formadas ilhas no leito do açude. 
Racionamento de água

O secretário de Recursos Hídricos do Ceará já admite a possibilidade de racionamento de água em Fortaleza, que é abastecida pelas águas do Castanhão. "Vamos tomar a medida do racionamento em último caso em função das previsões. Nós estamos trabalhando para evitar colapso. Não contamos com ele porque vamos tomar as medidas antes que ele aconteça", afirmou Francisco Teixeira.

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