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Alunos cearenses criam sondas que fornecerão dados à 1ª missão lunar brasileira

02 de junho de 2017 às 08:18

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Os laboratórios do quarto andar do colégio Ari de Sá, em Fortaleza, estiveram bastante ocupados nos últimos meses. No local, um grupo de 45 pessoas desenvolve sondas e experimentos que serão colocados em um balão aeroespacial, que voará a 30 mil metros de altitude e cujos dados servirão como base para o Garatéa, a primeira missão 100% brasileira a enviar um satélite à Lua, em 2020.

As sondas Gleiser I, II e III, sementes e os experimentos biológicos que viajarão até a estratosfera terrestre são criados por alunos do ensino fundamental e médio, de 12 a 17 anos, com apoio da escola e acompanhados por uma professora auxiliar.

"A gente está envolvido desde a construção das sondas ao teste dela, com o procedimento biológico, metodologia científica... tudo sendo testado pra que depois seja possível comparar de que forma o voo espacial alterou a fisiologia dessas sementes levadas na sonda", explica o diretor do projeto, o estudante Luiz Serravale, de 17 anos.

O voo do balão será realizado em São Carlos-SP, por uma equipe da USP, em 24 de junho, com a presença de quatro dos 45 estudantes cearenses responsáveis pela tríade de sondas Gleiser. Outras equipes de outros estados desenvolvem materiais e pesquisas semelhantes, e todos os dados serão compartilhados com a USP. Na equipe cearense, há participantes da olimpíada nacional de química e outros que competiram nas olimpíadas internacionais de biologia e robótica.

"A equipe é dividida em três partes: a mecânica, responsável pela parte de carga; especialistas em voo e especialistas biológicos. Cada um desses três grupos, de cinco pessoas, tem especialidades de como fazer tudo dar certo", completa Débora Cristina dos Santos, de 15 anos, responsável pelas experiências biológicas.

Apesar da pouca idade dos membros, a professora auxiliar Hortência Ribeiro, aluna do oitavo semestre de Química, conta que a dedicação dos alunos trouxe bons resultados para a equipe. "Eles são bem focados, e a dedicação deles é motivadora. É inspirador pra gente que está um pouco à frente e graças a isso o trabalho tem dado certo."

As viagens e o material eletrônico somaram R$ 6,5 mil, que os alunos obtiveram por meio de crowdfunding, uma "vaquinha" on-line em que as pessoas que acreditam na ideia fazem doações em dinheiro. Um dos apoiadores da campanha foi o astrofísico brasileiro Marcelo Gleiser, homenageado pelos estudantes e cujo nome batiza as sondas.

"O professor Marcelo Gleiser mostrou o apoio dele nos EUA. Com isso a gente conseguiu mais do que a meta, são R$ 7.080, que já estão sendo investidos no projeto", comemora Luiz.