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MAIS e PSTU defendem voto nulo nas eleições de Limoeiro do Norte

21 de setembro de 2016 às 15:05 - Atualizado em 21/09/2016 15:06

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(Foto: Agência TVJ1)

O Movimento por uma Alternativa Independente e Socialista (MAIS) juntamente com o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU) lançaram uma carta aberta à população de Limoeiro do Norte onde defende o voto nulo nas eleições municipais deste ano.

Confira o texto elaborado pelo movimento:

Carta aberta à população limoeirense: Porque defendemos o VOTO NULO nestas Eleições

 

       No processo eleitoral desse ano, existem 06 (seis) candidatos a prefeito e cerca de 70 candidatos/as a vereador/a em Limoeiro do Norte. Diante de uma disputa tão acirrada, julgamos necessárias algumas reflexões:

      Com tantas candidaturas postas - coligadas ou isoladas - será que há, de fato, seis projetos diferentes em disputa? Será que candidatos já comprovadamente envolvidos em esquemas de corrupção e/ou improbidade administrativa, que já demostraram seu desrespeito pelos servidores e a serviço de quem estão, merecem outra “oportunidade” de repetir os mesmos desmandos com o dinheiro público e com os servidores desse município? E por sua vez, será que somente pelo fato de alguns candidatos nunca terem ocupado um cargo na Prefeitura ou na Câmara antes, quer dizer que estes representam “o novo”? É fato que há candidatos/as jovens se apresentando nestas eleições (o que não é nenhuma novidade!), porém, mesmo sendo jovens, será que defendem um projeto diferente dessa velha e perniciosa prática política? (Como seria bom se o fosse!) O que propõem junto à juventude pobre e sem perspectiva do centro e das comunidades mais longínquas dessa cidade? Afinal, que interesses defende cada uma das candidaturas que se colocam como se fossem a “salvação da Pátria” para Limoeiro? A qual(is) grupo(s) político(s) está(ão) vinculado (s)? O que querem, de fato, com suas candidaturas (que não é dito nos programas de rádio ou nos palanques)? Por que, de uma hora pra outra, grupos antes adversários ferrenhos, agora, parecem não ter mais nenhuma divergência? Será que essas supostas divergências são político-ideológicas ou se dão apenas no campo pessoal, ou seja, por conta da mera disputa pelo poder? Quais destes candidatos se contrapõem ou sequer questionam, por exemplo, o nefasto projeto do Agronegócio em nossa região, que tem vitimado trabalhadores, adoecido a população com o uso indiscriminado de venenos, e contaminado a água, o solo e os alimentos? E por que será que não o fazem? Não seria por que são financiados por estes agro-empresários e têm a mesma concepção destorcida de “desenvolvimento”, em que só os grandes podem crescer em detrimento dos pequenos, inclusive, grilando terras e tentando monopolizar o uso da água, já tão escassa para a população, sendo que algumas comunidades quase não mais conseguem ter acesso a este bem público essencial?

      Entendemos que essas são questões vitais sobre as quais precisamos ponderar, frente a um processo como esse, mesmo sabendo que eleições jamais resolveram ou sequer melhoraram a nossa vida. E com base no histórico das candidaturas colocadas, as quais certamente são bem conhecidas por todos/as os eleitores, só podemos chegar a uma conclusão coerente: não podemos votar em nenhum destes senhores/as que estão se propondo a administrar ou legislar em nome da população desta cidade. Como dar crédito a candidatos que, de forma direta ou indireta, estão comprometidos com projetos escusos (seja pelas siglas partidárias, seja pelos demais aliados/financiadores) que não condizem com os interesses da maioria dos trabalhadores desta cidade? Considerando, por exemplo, que vivemos uma das maiores secas da história desse Estado, o que propõem estes senhores, ao menos para garantir uma sobrevivência digna para os pequenos produtores? Como algum deles pensa em melhorar os investimentos em Saúde, Educação, Moradia e segurança para a população que realmente precisa desses serviços, sem mexer nos interesses dos grandes grupos políticos e econômicos que dominam essa cidade, e que são aliados dos governos de plantão, alguns do governo do Estado, Camilo Santana(PT) - famoso por desrespeitar os trabalhadores da Educação e de várias outras categorias - e outros que apoiam o governo federal, antes nas mãos do Partido dos Trabalhadores (PT) - que não deixou de atacar nossos direitos - e agora, nas mãos do governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB junto com PSDB e DEM), que vai aprofundar, sem tréguas, o ajuste fiscal, já em curso nesse país, que traz em seu bojo, a aprovação de projetos como o PLC 257 e a PEC 241 que, em poucas palavras, destroem os direitos dos trabalhadores do serviço público, restringindo por 20 anos os gastos com saúde, Educação, Previdência, salários, etc. bem como, as Reformas Trabalhista e da Previdência e o famigerado Projeto Escola sem Partido, um dos maiores retrocessos que já se viu!

         Isso posto, vimos defender o voto nulo em Limoeiro nessas eleições municipais de 2016, esclarecendo que, votar nulo não é se abster, se omitir ou “ficar em cima do muro”, como pensam alguns; muito pelo contrário: acreditamos que temos o direito de escolha, que vai muito além desse processo, temos o legítimo direito de decidirmos, a partir de um critério de classe, política e ideologicamente fundamentado, de não sermos coniventes com os que apenas se aliam por oportunismo ou se dividem para dominar e se perpetuar no poder. Somos trabalhadores/as e não somos ingênuos, sabemos de que lado estão nossas bandeiras. E, com certeza, estas não estão presentes em nenhum dos projetos apresentados, nos quais não podemos nos sentir obrigados a votar.

      Defendemos o voto nulo por não termos candidaturas que representem uma real alternativa para os trabalhadores/as nem para a juventude de Limoeiro. Para nós, política se faz o ano inteiro, nas lutas e na vida, não somente em época de eleições. Quando participamos desse tipo de processo, é com o objetivo maior de divulgar nossas ideias junto aos oprimidos da sociedade que almejam um mundo melhor, pelo qual temos que lutar juntos, e não apenas para angariar votos e assumir o poder. Sabemos ainda que esse processo não se dá em pé de igualdade, afinal, quem tem maior espaço de campanha, sobretudo agora, com as novas regras eleitorais, se não os grandes partidos? A cada dia, comprovamos que, definitivamente, esse não é o terreno dos trabalhadores/as.

      Por isso, acreditamos que votar nulo, nesse momento, é dar um basta a essa lógica retrógrada e à politicagem que está por todos os lados; é, acima de tudo, afirmar que temos alternativa: a de dizer NÃO a quem não nos representa e permanecer na luta diária por uma sociedade justa, apostando num projeto de classe que comece por lutar POR UMA CIDADE PARA OS TRABALHADORES.  Por isso, reafirmamos com convicção, nestas eleições municipais: VOTE NULO!

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