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Depoimento de Palocci é visto como uma ‘pá de cal’ na tentativa do PT lançar Lula

07 de setembro de 2017 às 08:47

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O ambiente é semblantes carregados, avaliação e reflexão sobre os desdobramentos que os novos fatos dentro da Operação Lava Jato podem provocar na estratégia do PT em lançar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República nas eleições de 2018.

O clima é de preocupação e, para alguns integrantes da cúpula do PT, segundo reportagem do Jornal Folha de São Paulo, edição desta quinta-feira, admitem que o novo depoimento do ex-ministro Antonio Palocci poderá ter efeito devastador sobre o projeto político do ex-presidente Lula.

Segundo a reportagem, alguns dirigentes petistas usaram termos como “pá de cal” ou “dureza” para classificar o momento político após o novo depoimento. A expressão ‘pá de cal’ foi usada, no Bate Papo Político, do Jornal Alerta Geral (FM 104.3 – Expresso Grande Fortaleza + 21 emissoras no Interior), edição dessa quarta-feira, pelo jornalista Beto Almeida ao comentar a denúncia do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, contra os ex-presidentes Lula e Dilma.

Apesar de abalados com o teor das declarações de Palocci, petistas se preparam para desqualificar o que chamam de instituto da delação premiada, no qual, segundo eles, os delatores prestam depoimentos sob forte pressão após meses de prisão.

A Executiva Nacional do PT, em nota, repudiou o conteúdo do depoimento de Antonio Palocci e manifestou solidariedade ao ex-presidente Lula, ‘’que nos últimos anos teve sua vida devassada sem que houvesse sido encontrado qualquer vestígio de enriquecimento pessoal que manchasse sua biografia’’. De acordo, ainda, com a nota, ‘’o cerco a Lula se dá em um momento em que ele lidera todas as pesquisas de opinião para as eleições de 2018 e após o êxito de sua caravana pelo Nordeste”.

Mesmo com a repercussão negativa, petistas comparam a atitude de Palocci a do ex-ministro José Dirceu e a do ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto, que negam todas as acusações de que o PT é alvo. O ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli afirmou, nesta quarta-feira (6), que não se lembra de referências a financiamento de campanha durante reuniões com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou com o ex-ministro Antonio Palocci.

O PT divulgou uma nota em que “rechaça as informações” prestadas pelo ex-ministro. “O depoimento se soma a outras tentativas da Força Tarefa da Lava Jato de tentar incriminar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sem apresentação de provas, baseadas apenas em delações sem valor legal. Fica cada vez mais claro o caráter de perseguição política movida por setores da Justiça contra o PT”, diz a nota, que não leva a assinatura da presidente do partido, Gleisi Hoffman, mas é creditada à Executiva petista.

Segundo a nota, Palocci já havia prestado depoimento e negado todas as acusações, “repetindo a estratégia de outros acusadores como Delcídio do Amaral e Léo Pinheiro, que voltaram atrás em seus depoimentos buscando a diminuição de suas penas, depois de permanecerem presos por um longo tempo”. Em outro trecho, a nota afirma que ‘’mais uma vez, chama a atenção que essas acusações sejam feitas às vésperas de um novo depoimento de Lula ao juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba’’.