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Decisão de Tasso sobre retorno de Aécio Neves divide opiniões na Assembleia

19 de outubro de 2017 às 09:43 - Atualizado em 19/10/2017 09:46

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O dia seguinte à decisão do Senado Federal que barrou medida cautelar do Supremo Tribunal Federal, que mantinha o senador Aécio Neves (PSDB) afastado do mandato foi de intenso debate na sessão plenária da Assembleia Legislativa. O assunto rendeu, até mesmo, um minuto de silêncio, atendendo solicitação do deputado Fernando Hugo (PP), em repúdio à decisão de senadores.

Nos bastidores, a postura do senador cearense Tasso Jereissati (PSDB) também rendeu comentários. Isto porque o cearense votou a favor de Aécio e no dia seguinte defendeu a “renúncia” do correligionário para garantir o afastamento definitivo do tucano da presidência do partido.

Sobre a votação no Senado, Tasso argumentou que a decisão do Senado foi “mal interpretada”. “No meu entender, é dar ao senador Aécio o que ele não teve ainda, que é o direito de defesa”, disse. “Aqui no próprio Senado ele vai ter o Conselho de Ética, onde vai ter que se defender. E ao mesmo tempo o julgamento no Supremo continua e ele vai ter o direito de apresentar sua defesa”, afirmou Tasso aos jornalistas ao chegar, ontem, no Senado Federal.

Já na Assembleia Legislativa, o deputado Fernando Hugo, que já foi do PSDB, classificou a decisão do Senado de “imoral e fedorenta”. Entretanto, saiu em defesa de Tasso, afirmando que o senador foi pressionado para votar a favor do correligionário.

“Tenho certeza que o homem probo e honesto, ontem, deve ter votado constrangido por ser presidente do PSDB e ter sofrido pressões internas de todas as alçadas tucanas, mas que hoje já mostra a honradez da vida pública e pediu que o senador Aécio Neves se afaste da presidência”, frisou o parlamentar ao jornal O Estado.

Fernando Hugo, aliás, foi mais enfático, dizendo que se ainda fosse tucano iria requerer a expulsão do senador dos quadros da legenda, pois, segundo ele, “o PSDB nivela com Aécio ao PT e PMDB”.

Sobre a manifestação no plenário da AL, o deputado disse que representam o “simbolismo vivo de nossa desesperança e a falta de expectativas futuras de punição aos atos de corrupção dos malfeitores que transitam na vida pública brasileira”.

Sem justificativa

A deputada Dra. Silvana (PMDB) também repercutiu a votação do Senado que derrubou a decisão da Primeira Turma do Supremo de afastar o senador Aécio Neves do seu mandato. “A votação do Senado foi ridícula e protege um senador corrupto, e toda a população está acompanhando a sua conduta”, disse a parlamentar.

Segundo ela, o argumento de que a decisão do Senado representou a proteção da democracia e o impedimento da interferência entre os poderes não se justifica.

“Por que esta alegativa não foi usada na cassação do então deputado Eduardo Cunha? A verdade é que as pessoas estão procurando uma cordinha para tentar justificar o injustificável, e o que eu consigo tirar de conclusão é que vivemos um momento no País em que os poderes perderam completamente o controle e a autoridade”, apontou Silvana.

Ainda de acordo com a deputada, “a desordem está instaurada quando não se respeita mais a hierarquia dos poderes no Brasil”.