TVJ1.com.br

Política



PUBLICIDADE

{}

Caminhoneiros ameaçam bloquear estradas por renúncia de Dilma

07 de novembro de 2015 às 08:42

Depois de nove meses, os caminhoneiros voltam às estradas nesta segunda-feira (9) para engrossar os protestos que pedem a saída da presidente Dilma Rousseff do governo. A nova mobilização é dirigida pelo CNT (Comando Nacional dos Transportes), entidade que se autodenomina independente e sem vinculação com sindicatos, movimentos sociais ou partidos políticos. "Nós não vamos negociar com este governo. A pauta comum, pelo Brasil, é a renúncia ou o impeachment da presidente", afirma Fábio Luiz Roque, representante do movimento no Rio Grande do Sul.

Segundo ele, os caminhoneiros vão fazer piquetes para bloquear rodovias federais e estaduais em todo o país e querem atrair a adesão de outros grupos que pedem a saída da presidente Dilma Rousseff, entre os quais estão o Movimento Brasil Livre, Revoltados Online, Vem Pra Rua e Avança Brasil Maçons, este, novo no cenário. A pauta de reivindicações – aumento no preço do frete, redução do preço do óleo diesel, crédito subsidiado e anulação das multas – é a mesma de fevereiro.

Dirigida por um transportador, Ivar Luiz Schmidt, catarinense radicado em Mossoró (RN), a mobilização teve início nesta sexta-feira (6) pela internet. Um dos áudios postados na internet relata uma audiência fracassada com o ministro Miguel Rossetto, do Trabalho e Previdência Social, à época chefe da Secretaria-Geral da Presidência, e a liderança do movimento, ocorrida em março, que durou menos de meia hora e em que nada se resolveu sobre as demandas da categoria.

"Nos tratou igual criança", diz um dos líderes, que aproveitou a frustração do encontro para avisar que o "descaso" do governo geraria "mais força e mais revolta" entre os caminhoneiros para a nova mobilização. Em outras partes do país, representantes do movimento fizeram, também nesta sexta-feira, convocação pressionando para que a paralisação tenha início já neste final de semana.

"Nenhuma das promessas que desmobilizaram o movimento de fevereiro foi cumprida. Agora, se tivermos que negociar, só com o próximo governo", disse Fábio Luiz Roque. Ele afirma que o comando da greve procurará conduzir o movimento de forma pacífica, mas reconhece que há riscos de se repetirem confrontos ocorridos em fevereiro. "Não estamos indo para uma guerrilha. O problema é que as mobilizações sempre geram conflito", afirma.

O dirigente diz que o objetivo dos caminhoneiros é estimular a adesão de outros grupos contrário ao governo para uma greve geral no país que force a renúncia ou pressione a Câmara dos Deputados a abrir o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff ainda neste ano. Como não tem data para encerrar, as categorias engrossariam os acampamentos na esplanada para pressionar o Congresso a aprovar o afastamento da presidente.

Roque avalia que a paralisação ocorrerá em rodovias no país inteiro, mas não tem ainda uma estimativa de quantos caminhoneiros vão aderir. Segundo ele, a base da categoria é formada por cerca de 850 mil pequenos transportadores e milhões de motoristas autônomos. Ele estima que, no Rio Grande do Sul, a mobilização deve começar com o bloqueio de 10 estradas federais e estaduais.