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Ceará tem quatro mil novos PMs desde 2016

14 de junho de 2018 às 08:55

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Um total de 1.319 novos homens e mulheres da Polícia Militar do Ceará (PM) começaram a atuar nas ruas desde a manhã de ontem, 13. Trata-se da terceira turma do concurso público para a corporação, que preencheu 4.200 vagas.

Desde 2016, quando a prova foi aplicada, já foram chamados 3.974 novos policiais militares no estado, contando com os outros 2.655 concludentes das duas primeiras turmas.

O governador Camilo Santana esteve presente à cerimônia e destacou a importância da ampliação do número de profissionais da segurança atuando no estado. “Só vamos resolver o problema da segurança aumentando o efetivo e fiz o maior concurso da história. Na semana que vem vamos dobrar o efetivo do BPRaio em Fortaleza. Nesses três anos, vamos chegar a 8.800 novos homens nas forças da segurança pública, juntando PM, Polícia Civil, Pefoce e Corpo de Bombeiros”, disse.

Os profissionais, após a aprovação no concurso público, tiveram que passar por formação na Academia de Estadual de Segurança Pública do Ceará (Aesp-CE). A quarta turma já está no processo de formação, para então também ser chamada. Camilo explica que o concurso previa 4.200 vagas, mas a lei permitia chamar até cinco mil pessoas e que, portanto, poderão ser convocados mais oficiais do que o inicialmente previsto.

Atualmente, 399 aprovados na quarta turma do concurso para PM e 276 candidatos do concurso para oficiais e praças do Corpo de Bombeiros Militar estão em formação na Asep. Além disso, a segunda turma do concurso público para ingresso na Polícia Civil já concluiu o treinamento e deverá começar a trabalhar a partir do próximo dia 20 de junho, data em que acontecerá a solenidade de formatura dos novos delegados, inspetores e escrivães. Por fim, o Governador autorizou a convocação de mais 20 concursados do quadro de oficiais combatentes dos bombeiros e outros 250 oficiais da Polícia Militar.

Crescimento

Desde 2016, a Polícia Militar teve aumento de, pelo menos, 3.973 oficiais. Isso, frente ao acréscimo de 1.300 policiais civis no estado, representa uma variação, pelo menos, três vezes maior. A diferença é reflexo do esforço por parte do Governo do Estado em ampliar o efetivo da PM durante os últimos dois anos, o que tem sido feito por meio da convocação dos aprovados no último concurso público para a instituição, de 4.200 vagas.

Os aumentos nos efetivos da segurança pública estão entre os principais motivos para o crescimento registrado de 226,45% nas despesas do Executivo estadual com a pasta, considerando o intervalo entre 2005 e 2017. A quantia gasta passou de R$ 751 milhões para R$ 2,452 milhões do início ao fim do período. Considerando a soma desses gatos durante esse intervalo, foram R$ 21 bilhões aplicados na área, o que equivale a uma média de R$ 1,63 bilhão por ano.

Segundo César Barreira, coordenador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV) da Universidade Federal do Ceará (UFC), uma quantidade maior de policiais é bem-vinda para enfrentar o avanço da criminalidade. Ele conta que, a princípio, isso significa segurança maior para a população e é importante sobretudo porque o contingente policial no Estado ainda se encontra baixo, apesar dos avanços.

Também é necessário, por outro lado, prestar atenção à atuação da Polícia Civil. “Acho que a investigação, hoje, é uma parte muito central, temos que ter políticas que trabalhem com essa questão, que é a grande lacuna que nós temos. Isso é não só no Ceará, mas no Brasil como um todo”, avalia o pesquisador.

Mortes

Em paralelo ao aumento do efetivo e ao avanço da atuação das facções criminosas, foi registrado também crescimento no número de mortes por intervenção policial no estado. Conforme apurado pelo Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência da Assembleia Legislativa, entre 2013 e 2017 o avanço foi de 290% em casos desse tipo.

Em 2013, primeiro ano analisado, foram 41 pessoas assassinadas em intervenções. Entre janeiro e maio de 2018, já foram registrados 108 homicídios desse tipo, o que já corresponde a 67% do total observado em todo o ano de 2017. O caso mais recente foi o da universitária Giselle Távora de Araújo, de 42 anos, que foi baleada na noite da última segunda-feira, 11, durante uma abordagem policial.

César Barreira considera que esse crescimento não tem relação com o avanço no número de policiais atuando no estado. “Esperamos que o policial não mate e também não morra”, conta. As variações são observadas em paralelo também ao número de assassinatos em geral no Estado, que atingiu seu número mais alto em 2017: foram 5.134 homicídios, em crescimento de 50,7% frente aos 3.407 registrados no ano imediatamente anterior.