Argentina atropela Paraguai e fica a um passo de dar fim a jejum de títulos

Concepción (Chile), 30 jun (EFE).- Sem saber o que é dar uma volta olímpica com sua seleção principal desde 1993, a Argentina se classificou para a final da Copa América nesta terça-feira ao golear o Paraguai por 6 a 1 no Estádio Prefeita Ester Roa, na cidade chilena de Concepción, e está a uma vitória de acabar com a seca. Em sua melhor atuação nesta edição do torneio até agora, a bicampeã mundial abriu 2 a 0, com gols de Rojo e Pastore. Ainda no primeiro tempo, Barrios descontou para a 'Albirroja', mas Di María marcou dois logo no começo da segunda etapa, e Agüero e Higuaín fizeram um cada e fecharam a conta. Vencedores da competição continental 14 vezes, a última delas em 1993, os argentinos tentarão igualar os 15 títulos do Uruguai no próximo sábado. Para isso, com tudo, terão que vencer o anfitrião Chile no Estádio Nacional, que sonham com uma conquista inédita, em Santiago. Já o Paraguai, atual vice-campeão, lutará pelo terceiro lugar contra o Peru, na sexta-feira, novamente em Concepción. Além da chance de título, os atletas 'guaranis' deixaram de ganhar caminhonetes que seriam dadas pelo técnico da equipe, o argentino Ramón Díaz. O técnico Gerardo Martino pretendia alinhar a seleção argentina com a mesma formação que começou jogando contra a Colômbia. No entanto, o zagueiro Garay teve uma gastroenterite aguda horas antes da partida e deu lugar a Demichelis. Ramón Díaz teve os desfalques do volante Ortigoza, que desta vez deu lugar a Ortiz. e do lateral-esquerdo Samudio, ex-Cruzeiro, que novamente deu lugar a um improvisado Piris, jogador com passagem pelo São Paulo. Assim como aconteceu no encontro pela fase de grupos, a Argentina foi para cima e teve o controle das ações desde o começo. No entanto, quem assustou primeiro foi o Paraguai, aos seis minutos de partida. Benítez lançou, Haedo Valdez escorou de cabeça e Santa Cruz chegou chutando de primeira para fora. No entanto, tratou-se de um lance isolado, e a resposta 'albiceleste' foi dada aos 11. Pastore dominou com espaço na entrada da área e teve tempo para pensar e arrematar, mas finalizou sem força e facilitou o trabalho do goleiro Villar, que nesta terça completou 38 anos. Três minutos depois, porém, os argentinos não desperdiçaram a oportunidade. Messi cobrou falta que ele mesmo sofrera de Cáceres e colocou na área. Rojo errou na primeira, mas acertou o canto na segunda e fez 1 a 0. Sem se acomodar, a bicampeã mundial continuou em cima e levou perigo mais uma vez aos 20. Messi conduziu desde antes do meio de campo e serviu Pastore, que bateu outra rasteira de fora e de novo parou em Villar. De tanto testar, Pastore enfim deixou o dele, aos 26 minutos. Após mais um passe de Messi, o jogador do Paris Saint-Germain ajeitou na meia direita e acertou belo chute cruzado no canto, tirando as chances de defesa do arqueiro adversário. A Argentina diminuiu o ritmo aos poucos, mas Messi teve duas faltas perigosas para cobrar. A primeira, aos 31 minutos, saiu por cima, e a segunda, aos 38, foi à direita do alvo. Para o Paraguai, as coisas não iam bem, e, para piorar, Ramón Díaz teve que fazer duas trocas por lesão. Benítez e Santa Cruz sentiram e deram lugar a Bobadilla e Barrios, respectivamente. Mas o que parecia um problema acabou sendo solução. Aos 42 minutos, Pastore ficou esperando a bola na saída da defesa, Haedo Valdez se antecipou e tocou de cabeça para Barrios, que girou bem e fuzilou Romero. Se os paraguaios tiveram a esperança de buscar o 2 a 2, como acontecera na primeira fase, Di María acabou com essa expectativa com dois gols em menos de dez minutos na segunda etapa. Logo aos três, o camisa 7 recebeu passe açucarado de Pastore e tirou de Villar com um belo toque. Exposta na tentativa de diminuir, a 'Albirroja' sofreu o quarto aos oito. Messi protagonizou uma jogada individual maravilhosa, deixou três para trás e abriu com Pastore, que parou em Villar. No rebote, porém, Di María teve gol aberto e não perdoou. O jogo voltou a ser todo da bicampeã mundial, que administrava o placar elástico no campo de ataque. Até Zabaleta, que vinha subindo pouco, se arriscou no ataque e cruzou fechado, aos 15. Paulo da Silva cortou como deu e cedeu o escanteio. Faltava o gol de Messi, que teimava em não sair. Aos 22, o capitão da 'Albiceleste' arrancou da direita para o meio, deixou três na saudade, tabelou com Pastore e teve tudo para marcar, mas errou a passada. Ele ainda chutou, mas Villar espalmou e Da Silva mandou para fora. Parecia uma conspiração dos deuses do futebol contra Messi, já que todo mundo marcava, menos ele, que só fez um no torneio. Aos 34 minutos, a bola foi de pé em pé no ataque argentino até o camisa 10 abrir na esquerda, Di María levantar e Agüero cabecear com estilo no canto esquerdo. Até os reservas puderam deixar sua marca. Higuaín substituiu Agüero aos 35 e, dois minutos depois, fechou o placar. Sem balançar a rede, Messi deu mais um passe para gol, desta vez para 'Pipita', que apareceu entre os zagueiros na marca do pênalti e chutou forte. O Paraguai teve a dignidade de não dar pontapés, mas não teve forças sequer para diminuir a diferença. Na última tentativa, aos 45 minutos, o atacante Óscar Romero cobrou falta por baixo e o goleiro Sergio Romero segurou. Ficha técnica:. Argentina: Romero, Zabaleta, Demichelis, Otamendi e Rojo; Mascherano (Gago), Biglia e Pastore (Banega); Di María, Agüero e Messi. Técnico: Gerardo Martino. Paraguai: Villar, Bruno Valdez, Da Silva, Aguilar e Piris; Víctor Cáceres, Ortiz e González; Benítez (Bobadilla), Haedo Valdez (Romero) e Santa Cruz (Barrios). Técnico: Ramón Díaz. Árbitro: Sandro Meira Ricci, auxiliado por Émerson de Carvalho e Fabio Pereira. Cartões amarelos: Rojo e Biglia (Argentina); Víctor Cáceres, Paulo da Silva e Ortiz. Gols: Rojo, Pastore, Di María (2x), Agüero e Higuaín (Argentina); Barrios (Paraguai). Estádio: Prefeita Ester Roa, em Concepción (Chile). EFE dr/rd