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Fortuna que bilionária deixará para caridade dá para construir mais de 2 mil creches

Em testamento, herdeira do Bradesco garante quase R$ 5 bilhões para fundação

05 de setembro de 2015 às 15:19

Uma das mulheres mais ricas do Brasil, Lia Maria Aguiar, promete deixar toda a fortuna, de quase R$ 5 bilhões, para os mais necessitados. A notícia chamou atenção de muita gente, já que esse não é um hábito comum entre os brasileiros mais abastados. Será a maior doação para caridade já feita por uma pessoa física no País.

Lia Maria é herdeira do Bradesco. Segundo a revista Forbes, a fortuna dela é estimada em US$ 1,2 bilhão, sendo a 43ª pessoa mais rica do Brasil. Boa parte desse dinheiro vem da participação dela na Bradespar, empresa que controla ações da mineradora Vale.

Sem filhos, a empresária de 77 anos criou, em 2008, uma fundação que leva o nome dela. O local fica em Campos do Jordão, onde ela mora, e atende hoje cerca de 400 crianças carentes. São mantidos, sem ajuda governamental, projetos de dança, música e teatro. É para essa fundação que o dinheiro deverá ser destinado quando Lia morrer.

A Fundação Lia Maria Aguiar é dona de duas mineradoras, uma em Campos do Jordão e outra em Caldas (MG), que financiam as atividades da instituição. Somente em uma delas trabalham 90 pessoas.

A título de curiosidade, com a fortuna que será deixada pela bilionária, é possível construir cerca de 2.400 creches, cada uma com capacidade para atender 188 crianças em tempo integral (dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento e Educação, ao custo médio de R$ 2 milhões por unidade).

Para se ter uma ideia, o dinheiro é quase metade de tudo o que a Prefeitura de São Paulo gastará com educação neste ano. O montante também seria suficiente para cobrir todas as despesas da Prefeitura de Campinas em 2015 (R$ 4,5 bilhões), ou do Ministério da Cultura (R$ 3,3 bilhões).

Lia Maria, a irmã gêmea dela, Lina Maria e outra irmã, Maria Ângela Aguiar Bellizia, entraram em uma disputa judicial após a morte do pai adotivo delas, o fundador do banco Bradesco, Amador Aguiar.

O banqueiro havia deixado um testamento, em 1991, em que declarava que todos os seus bens deveriam ser repassados à nova mulher dele: Cleide de Lourdes Campaner Aguiar, com quem havia se casado poucos meses antes de morrer, em regime de separação total de bens.

No testamento, Amador Aguiar alegava que as três não eram filhas legítimas e, por isso, não poderiam receber o dinheiro. Foram sete anos de disputa judicial, até que, em 1998, o Superior Tribunal de Justiça reconheceu a paternidade e garantiu a herança delas.